Quando penso em infraestrutura na nuvem, logo me vem aquela divisão clássica: Infraestrutura como Código (IaC) ou deploy manual? Já vivi projetos de todos os tamanhos, muitos deles em startups e pequenas empresas, e confesso que essa decisão pode parecer simples, mas traz implicações do dia a dia que vão muito além das primeiras impressões.
Uma breve história do deploy manual
Lembro bem da primeira vez que precisei implantar um ambiente na nuvem. O caminho era prático, embora tortuoso: abri a interface de administração, cliquei em mil telas, preenchi campos, conferi configurações, e, por fim, acionei aquele botão de “salvar”, quase com medo. Talvez você também já tenha passado por isso.
Esse processo, que chamamos de deploy manual, faz parte da rotina de quem começa a mexer com nuvem. É simples de entender: você faz as coisas usando a interface gráfica da AWS, clicando. Parece rápido. Mas será mesmo?
“O manual parece fácil no começo, mas cobra caro com o tempo.”
Vou listar o que vejo como pontos positivos desse caminho:
- Curva de aprendizado bastante básica, qualquer um consegue concluir um deploy, desde que saiba o que precisa ser feito.
- Controle visual da configuração, tudo à mão e ao alcance de um clique.
- Ótimo para testes rápidos, protótipos ou laboratórios.
Porém, com o tempo, você sente os pontos “não tão positivos”:
- Dificuldade para reproduzir ambientes idênticos, principalmente entre equipes e filiais.
- Erros humanos, geralmente pequenos detalhes esquecidos que causam grande dor de cabeça.
- Muita dependência da pessoa que fez, tornando documentações frágeis e pouco confiáveis.
- Escalabilidade extremamente limitada, criar dezenas de instâncias, seguindo o passo-a-passo, é cansativo e nada prático.
- Auditoria e histórico quase inexistentes. O que muda e por quê? Difícil responder na maioria das vezes.
Já vi ambientes pequenos ficarem quase inadministráveis, simplesmente porque cada um “clicava” de um jeito. É quando começamos a ouvir sobre IaC.
O que é infraestrutura como código na vida real?
Infraestrutura como código é um conceito que, na prática, significa transformar toda a montagem do seu ambiente em nuvem em códigos – arquivos legíveis, que descrevem tudo que precisa existir. Eu, particularmente, passei a enxergar a IaC como um plano detalhado, onde tudo pode ser documentado, e repetido, exatamente igual, quantas vezes quiser.
“Com IaC, a estrutura da sua nuvem cabe em arquivos-texto.”
Algumas características que sempre destaco quando falo sobre esse modo de trabalho, especialmente aplicando nos serviços da Ninja da Cloud:
- Possibilidade de versionar ambientes, como se fosse um software, permitindo saber o que mudou e quando.
- Automação, tanto para criar quanto para apagar configurações, trazendo ganho de tempo em rotinas diárias.
- Documentação automática: o próprio código já explica o ambiente.
- Reusabilidade e padronização entre equipes e empresas.
- Menos erros humanos. E, honestamente, menos sustos.
Mas, é claro, também existem desafios relacionados:
- Curva de aprendizado mais longa, principalmente se você ou a equipe nunca escreveu um script de infraestrutura.
- Mudança de cultura interna; nem sempre todo mundo aceita a transição do clique para o código logo de cara.
- Quando não bem implementado, pode gerar códigos difíceis de manter e entender.
Por isso, sempre recomendo uma boa escolha de ferramentas e, principalmente, apoio estratégico de consultorias experientes, como a própria Ninja da Cloud oferece. Não é só sair escrevendo.
Comparando na prática: o que pesa mais?
Não dá pra mentir: já vi projetos onde o deploy manual salvou o dia. Protótipos, testes rápidos, até MVPs. Contudo, quando falamos de ambientes que precisam crescer, atender compliance, manter auditoria, ou passar de um squad para outro, a balança pesa para a IaC.
“A velocidade do começo não compensa as dores do crescimento.”
Costumo usar uma pequena matriz mental para decidir:
- Ambiente pequeno, muito temporário, sem regulação? Deploy manual resolve, mas... só por enquanto.
- Ambiente já em produção, ou que vai crescer rápido? IaC começa a fazer sentido desde cedo.
Outro ponto fundamental, ao adotar IaC, dá para integrar automações inteligentes. Já tratamos disso em artigos como automação na nuvem e infraestrutura para crescimento sustentável lá no blog da Ninja da Cloud, mostrando como pequenas empresas podem criar operações maduras com menos riscos e sem surpresas orçamentárias.

Segurança e governança: cuidado com o detalhe
Quando falo sobre segurança, repito sempre: o menor descuido pode abrir portas para riscos sérios. No deploy manual, cada configuração é uma chance de esquecer um acesso, deixar uma permissão aberta. O controle é quase sempre visual e não deixa rastros claros.
Já na IaC, a segurança pode, e deve, ser incluída no próprio código. Permissões, políticas e regras seguem scripts. Versões antigas ficam armazenadas, ajudando a identificar mudanças suspeitas. Como ressalto nos treinamentos da Ninja da Cloud, não elimina riscos, mas reduz muito.
“Segurança precisa de rastreabilidade. Código faz isso melhor que memória.”
Documentei alguns casos onde políticas automáticas criadas por IaC impediram tragédias financeiras e reputacionais.
Custos, desperdícios e controle
A primeira vez que vi uma empresa pagar por recursos esquecidos na nuvem, percebi o quanto a automação e a padronização da infraestrutura podem ajudar na previsibilidade de gastos. Deploy manual tende a criar recursos que, se não forem removidos corretamente, continuam gerando custos.
Já a IaC favorece rotinas automáticas e revisões periódicas, o que, inclusive, pode ser integrado em políticas FinOps. Falei mais sobre isso em outro texto, disponível na categoria AWS e custo previsível.

Impacto na rotina das equipes
Eu mesmo já senti o impacto, para o bem e para o mal, de cada abordagem. No deploy manual, a dependência das pessoas é enorme. Um colaborador que sai pode deixar o time perdido sobre o que foi configurado. Já na IaC, a curva de adaptação exige paciência, mas entrega longevidade, documentação viva, agilidade e uma integração muito melhor com automações e CI/CD.
Para quem quer ver exemplos do mundo real, gosto de sugerir artigos sobre automatização em pequenas equipes e como implementar código na rotina cloud.
Conclusão: qual caminho seguir?
Em minha experiência, infraestrutura como código mudou a forma como equipes, pequenas e grandes, lidam com crescimento, segurança e custos na nuvem. O deploy manual pode ser suficiente no início, mas quase sempre limita o crescimento e multiplica riscos com o passar do tempo.
O segredo é reconhecer o momento certo de migrar, e, para isso, contar com quem domina o processo faz toda diferença. A Ninja da Cloud nasceu para justamente ajudar empresas que buscam esse salto, seja desenhando a arquitetura certa, automatizando rotinas ou trazendo tranquilidade para seu negócio crescer sem surpresas. Se você enxerga essas dores no seu dia a dia, talvez seja a hora de conversar conosco e entender como somos aliados nessa jornada. Seu ambiente seguro, escalável e previsível pode começar pelo próximo passo.
Perguntas frequentes sobre infraestrutura como código e deploy manual
O que é infraestrutura como código?
Infraestrutura como código (IaC) é uma abordagem onde toda a configuração da nuvem é feita por meio de arquivos-texto, reutilizáveis, legíveis e versionáveis. Isso permite criar, atualizar e apagar ambientes de forma automática, eliminando divergências e reduzindo riscos.
Quais são as vantagens do deploy manual?
O deploy manual tem curva de aprendizado baixa, sendo simples para começar e testar novas ideias. É interessante para pequenas demandas, provas de conceito e ambientes temporários. Não exige familiaridade com linguagens de programação ou scripts, sendo acessível mesmo para quem não tem perfil técnico avançado.
Como automatizar o deploy na nuvem?
A automação do deploy envolve o uso de ferramentas e scripts que transformam a configuração em código. Ao implementar práticas de IaC, como as sugeridas pela Ninja da Cloud, consegue-se criar fluxos automáticos de provisionamento, integrações com pipelines de CI/CD e padronizações. Isso garante ambientes replicáveis, reduz erros e acelera o ciclo de entregas.
Infra como código é mais seguro?
Infraestrutura como código tende a ser mais segura porque cada mudança é registrada, revisada e pode ser auditada facilmente. Permissões, políticas e regras seguem padrões claros, facilitando o controle e a rastreabilidade em ambientes cloud.
Vale a pena migrar para IaC?
Migrar para IaC vale a pena para empresas que pretendem crescer, buscam estabilidade, segurança e controle financeiro em seus ambientes na nuvem. O investimento inicial de tempo e aprendizado é facilmente compensado pela economia e previsibilidade ao longo prazo. Em casos como os clientes da Ninja da Cloud, o impacto positivo aparece logo nos primeiros meses.
